"Na noite de 13 para 14 de Janeiro, e durante várias horas, o município
de Vila Nova de Poiares sofreu constantes cortes de iluminação, tanto
nas habitações como na via pública, paralisando o sector empresarial e
alterando o normal funcionamento do quotidiano das populações", refere,
em comunicado, o presidente da autarquia.
"Como se compreende, imediatamente começaram a chover telefonemas para
os bombeiros e destes para o seu comandante, também Presidente da
Câmara Municipal, querendo saber o que se passava, uma vez que já
haviam feito centenas de chamadas telefónicas para o número que a EDP
tem disponível para reclamações e para reportar avarias, sem que
tivessem obtido qualquer resposta, porque do outro lado da linha
ninguém respondia", acrescenta.
Na nota, o autarca alude também a um problema numa linha de alta
tensão, "a faiscar alternadamente entre determinados períodos de
tempo", situação potencialmente perigosa e que poderia ser a origem dos
cortes.
"Imediatamente tentou, de forma insistente, entrar em contacto com os
serviços da EDP, através do número disponível, o que se revelou
absolutamente impossível, fazendo com que o Presidente da Cmara
Municipal, principal responsável pela Protecção Civil Municipal, se
sentisse completamente impotente em todo o processo e sem respostas
para os seus munícipes", adianta.
Jaime Soares refere ainda que fez também contactos para a Protecção
Civil distrital, tendo sido igualmente remetido para o mesmo número.
"O presidente da Câmara tem contactos privilegiados com a EDP, poderá
ter existido algum problema [pontual] de contacto", disse hoje João
Paulo Amaral Gouveia, das Relações Exteriores da Direcção de Rede e
Clientes Mondego.
De acordo com este responsável, "o director da Direcção de Rede e
Clientes Mondego da EDP já contactou o presidente da Câmara e qualquer
mal-entendido está ultrapassado".
"Não conheço a situação em particular, mas nessa noite houve problemas
devido ao forte vento, sobretudo em zonas arborizadas. Não sei se
centenas de pessoas tentaram contactar a EDP mas, em situação de crise,
as chamadas entram pela ordem de chegada ao 'call-center'", adiantou.
De acordo com Jaime Soares, "o que sucedeu a Vila Nova de Poiares pode
suceder a muitos municípios do país, colocando milhares de pessoas em
perigo, porque uma linha daquelas pode criar situações de consequências
imprevisíveis".
"E mesmo que não tivesse outras consequências, causou graves prejuízos,
colocando milhares de pessoas sem energia eléctrica, causando avarias
em vários equipamentos", sublinha o presidente da Câmara de Vila Nova
de Poiares."
in Lusa