Segundo o Jornal de Notícias o presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares avança com um projecto para criar um parque natural. Este deverá ter 150 hectares, onde existirão espécies autóctones e zonas de pastoreio para prevenir a ocorrência de incêndios florestais.
Jaime Soares - "Estamos já a arrancar milhares de pés de eucaliptos para substituir por espécies autóctones e criar zonas de pastorícia para criar rebanhos de cabras que são a melhor forma de prevenir os fogos".
O projecto, orçado em vários milhões de euros, prevê a criação de uma área protegida de 150 hectares com cerejeiras-bravas, plátanos, carvalhos, castanheiros, cedros e outras espécies resistentes ao fogo, povoada com perdizes, coelhos, lebres, corsas, veados e cabras serranas. Devendo estamos últimas servirem também para promover e divulgar a Chanfana!?!
Para além de constituir um pólo de preservação da biodiversidade (não só da flora, mas também da fauna), o parque representa uma estratégia que, segundo o autarca social-democrata Jaime Soares, "é devidamente sustentada e integrada de defesa da floresta contra incêndios", servindo de "tampão numa zona que arde ciclicamente".
"A criação de rebanhos de cabras na serra tem um papel fundamental na limpeza dos matos, pois eliminam a matéria combustível e, por conseguinte, contribuem fortemente para a prevenção de incêndios florestais", sublinhou o autarca, que é também presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra e comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Poiares.
Iniciado em Março, no Dia Mundial da Floresta, com a plantação de cerca de duas centenas de árvores de espécies diferentes, o projecto está dependente da aprovação de uma candidatura apresentada pela Câmara de Poiares a um programa específico da União Europeia.
"Espero que o Governo ajude o nosso município a concretizar este projecto, depois das recentes declarações do secretário de Estado do Ambiente a defender o pastoreio como uma forma privilegiada de prevenção de incêndios florestais", frisou o autarca de Poiares.
A cooperação entre as pessoas com diversos terrenos de pequena dimensão, pouco rentáveis, principalmente se forem limpando as matas anualmente, poderá levar a um maior rendimento e aproveitamento destes. Este é um projecto que deverá estar articulado com um desenvolvimento do sector primário em Poiares que tem vindo a ser relegado pela sociedade em geral. Apesar deste projecto ser uma mais valia para o concelho, melhorando a qualidade de vida e potencializando o sector primário e o turismo, pode ser considerado como uma compensação da agressão ambiental e descabida da, suposta, ligação ao IP3, levando a descaracterização de uma zona que poderá servir como trilho pedestre de bastante interesse, ao longo da Ribeira de Poiares.
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